18 março 2013

“Vinho novo em odres novos”: juventude e religião


“Vinho novo em odres novos”: juventude e religião
Tiago Luís Teixeira de Oliveira[1]
      1.  Religião como fato humano

A maioria dos antropólogos, arqueólogos e historiadores atesta a importância da religião para a constituição de nossa identidade como seres humanos. Mesmo biólogos darwinistas procuram explicar a presença constante da fé em nossa história evolutiva[2]. As crenças religiosas são caracterizadas ao mesmo tempo por uma fé compartilhada em um ou mais seres divinos e por um conjunto de orações, rituais, cerimônias e regras praticadas para assegurar essa ligação[3] com o sagrado. Assim, nada impede que alguém tenha fé (na humanidade, na amizade, em um líder ou em Deus) e não seja uma pessoa religiosa, pois ou sua fé não se ajusta à fé de um grupo religioso ou ela não se manifesta em práticas rituais de uma religião. Consideramos aqui que os jovens e adolescentes têm, em geral, bastante fé, embora muitos deles vejam com desconfiança o discurso religioso. Que papel tem a religião para a formação e a vida de nossa juventude? Podemos ensaiar algumas respostas nas linhas seguintes, que dividiremos em tópicos: