24 junho 2014

Voz que clama no deserto

Sempre me perguntei a razão pela qual João Batista tinha tanta importância na tradição católica. Acho que só agora me dou conta da força daquele sujeito que vivia no deserto, mas conseguia ver as contradições da sociedade de sua época.

João Batista era um profeta, um tipo de pessoa indesejável por falar o que pensa sem entrar em joguinhos políticos, sem intenção de agradar. Eu confesso que conheci muitas pessoas assim ao longo das minhas andanças. O que mais admiro nessas pessoas semelhantes a João Batista é a coragem...Coragem de dizer o que pensa, coragem de enfrentar os poderes instituídos, as autoridades, coragem de falar o politicamente incorreto quando isso parece ser só uma manobra política, e de exigir justiça. Enfim, coragem de dar a cara a tapa, pois há um preço enorme a pagar quando se apresenta abertamente uma ideia.   

Também já li textos "perigosos" de teólogos que, sem medo de retaliação, procuraram reconduzir o cristianismo ao seu centro, criticando dogmas engessados, instituições pesadas, falta de diálogo e exclusões das mais diversas que fazem com que o cristianismo apareça para os não cristãos como uma religião danosa ao ser humano. Vi muitos desses teólogos silenciados pela igreja...

O que será que João Batista hoje falaria para os cristãos? Fiz um exercício de imaginar o conteúdo de uma pregação atual: